segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tom de Maria, Maria de Tom

Eis breves palavras de seu irmão, em sincera homenagem a esse marcante momento.

Maria partiu para Campo Grande embarcada em emoção, para presentear-se no casamento de especiais amigos. Envolta em pensamentos, buscou desvendar seu verdadeiro sentimento para expressar em letras as batidas do coração. Pois foi o que sentistes quando conheceu seu futuro marido, Tom. Foi concentrada no pulsar, intuída em se encantar pelo movimento cordial de seu órgão vital que procurou expressar essa história que se constrói em laços de harmonia. Ouviu um primeiro tom, e viu um olhar. Uma energia cativante fluiu pelo ar, e trouxe sorriso sincero que aflorou em cativar. Ao segundo, uma ação. A sorte já lançada trouxe a responsabilidade de se aproximar, a necessidade de cultivar o que tocou o coração. O primeiro toque na mão acompanhou o terceiro tom, pois a intensa troca de energia lhes garantiu a existência de grande conexão. O quarto veio como forte batida, reflexo do abraço acompanhado do primeiro beijo que lhes trouxe a certeza de querer zelar por aquele jardim. O inicio do namoro iniciou processo de conhecimento mais pleno, lhes trazendo maior ciência do caminho que começavam a trilhar, e esse foi o quinto tom. Um iluminar foi o que lhe veio ao escutar o sexto pulsar. Importante decisão de seguir em união, consagrando em matrimonio o amor em fiel compromisso de respeito e carinho. Ao sétimo tom, ouviu sem nome. O Tom de Maria refletiu dia de alegria, sorriso aberto, grande coração, atitude verdadeira, sentimento grandioso que a fez ter a certeza que a Maria é de Tom.


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Diga lá, coração

São coisas dessa vida tão cigana
Caminhos como as linhas dessa mão
Vontade de chegar
E olha eu chegando!
E vem essa cigarra no meu peito
Já querendo ir cantar noutro lugar.

Diga lá, meu coração
Da alegria de rever essa menina,
E abraçá-la,
E beijá-la.

Diga lá, meu coração
Conte as estórias das pessoas,
Nas estradas dessa vida.
Chore esta saudade estrangulada
Fale, sem você não há mais nada
Olhe bem nos olhos da morena e veja lá no fundo
A luz daquela primavera.

Durma qual criança no seu colo
Sinta o cheiro forte do teu solo
Passe a mão nos seus cabelos negros
Diga um verso bem bonito e de novo vá embora

Diga lá, meu coração
Que ela está dentro em peito e bem guardada
E que é preciso
Mais que nunca
Prosseguir,
Prosseguir.

Espere por mim, morena
Espere que eu chego já
O amor por você...

Diga lá, meu coração
Que ela está dentro em peito e bem guardada
E que é preciso
Mais que nunca
Prosseguir,
Prosseguir.

Espere por mim, morena
Espere que eu chego já
O amor por você, morena...

Espere por mim, morena
Espere que eu chego já
O amor por você, morena...


Gonzaguinha fora gênio da música brasileira, sua obra "Diga lá, coração" és deveras significativa para o blogueiro, por isso estás aqui postada.
Desfrutem!

domingo, 22 de agosto de 2010

Redenção

O despertar de uma nova consciência é algo doloroso. Pelo menos para ele, ser desprovido de visão mais plena. Meticuloso, desconfiava constantemente dos que estavam a sua volta, no cerne, o medo de ser superado. Caminhava vagamente pelas veredas com medo de encontrar ser errante na estrada longa que acompanhava. Por onde vagueava predominava um breu que dificultava um peregrinar mais sereno. Apenas uma luz semelhante a um lampião brilhava ao fundo. Essa concedia uma mínima noção da trilha turva pelo qual o peregrino seguia. Nas escassas vezes que tinha coragem de observar a paisagem ao lado, surpreendia-se com tanta beleza. Contudo, não se sentia capaz de trilhar por tal caminho, o pensamento de estar descoberto o amedrontava. Sabia que ao lado predominava uma lei universal pelo qual os andarilhos deveriam acatar: o descortinar de suas vestes. Passou-se algum tempo e o eremita caminhava só em relevo irregular. Algo em seu pensamento, porém, se transformou. A solidão tornava-o fraco. Sentia que não mais agüentaria carregar o fardo de seus sentimentos sórdidos. Parou, e fez um movimento raro em sua peregrinação, observou a luz que iluminava ao fundo. Imaginava que ela era diferente do caminho que o amedrontava, pois estava em direção que, pelo menos em sua concepção espacial, diferia da trilha que margeava. Decidiu se aproximar. O caminho tornou-se mais árido, começou a atravessar diversas intempéries. O frio, antes predominante, desvaneceu. Passou a predominar calor quase insuportável. Sentiu sede. Andava munido apenas de arma branca afiada, conhecida em alguns lugares por peixeira, terçado, ou simplesmente facão. A luz tornou-se mais forte, avistou no horizonte mandacarus. Pensou, eis minha única chance. Sabia que esta espécie acumulava água e que poderia saciar parte de sua sede com o líquido extraído. Realizou o trabalho, sem antes ter a pela cortada pelos espinhos característicos da vegetação. Sentiu forças para prosseguir. Adentrou em um terreno desértico, a luz intensa não o deixava observar o horizonte. Caminhava com dificuldades e sentia suas forças se esvaírem. Sabia que não havia mais retorno, ou caia e tornava-se parte daquele deserto, ou prosseguia. Resistiu. Ao um dado momento a luz intensa diminuiu e concentrou-se em um ponto a certa distância. Teve forças para olhar. Aquela luz começou a demonstrar colorações diversas, das mais belas que até então vira. Com as derradeiras energias, prosseguiu. Passou-se algum tempo e eis que o peregrino avistou seu objetivo. Uma rosa púrpura destacava sua plenitude dentre aquele relevo desértico. Dela emergia aquele brilho que avistava ao longe. Prostrou-se diante dela e chorou. Sentiu o peso dos anos que peregrinou a ermo evaporar por seu corpo. Ainda ajoelhado e com os olhos baixos despiu-se de grande parte de suas vestes, elas não mais eram necessárias. Ao levantar os olhos uma surpresa. Encontrava-se em meio ao caminho antes indesejado. Contudo, sentiu imensa alegria de estar ali e renovadas forças para prosseguir. Sabia que carregaria agora vestes moldadas por história de reconhecimento e transformação, o descortinar seria menos oneroso e sentia coragem para realizar tal empreendimento. Ao antes eremita aproximou-se uma bela andarilha, não sentiu medo, contou sua história e construiu com ela um primeiro laço. Sabia que era apenas o primeiro ato de uma grande jornada que não mais temia seguir.

Paradigmas

A origem de uma idéia emerge da vocação. Ao plantá-la alguns sujeitos iniciam um meticuloso processo de levantamento das diversas possibilidades existentes para chegar ao objetivo. Toma-se um viés muitas vezes sem saber ao certo o porquê de tê-lo selecionado. Assim como na academia, a vida nos coloca em constantes dilemas e nos provoca escolhas. Através dela, iniciamos o processo de percorrer um caminho no labirinto do conhecimento. Ao trilhar e conhecer bem uma desses caminhos o sujeito torna-se confiante para peregrinar pelos demais. Contudo, muitos se aprisionam no abismo do egocentrismo quando entendem as premissas que os levaram a chegar ao primeiro objetivo. Tornam-se escravas do embasamento e compactuadas com o ego. Outros compreendem que não há autenticidade nisso. Prepondera apenas um vazio. Ao abrirmos o primeiro caminho apenas deflagrarmos um inicial processo inteligível de compreensão do mundo, da ciência. A coragem de trilhar por novos nos torna mais suscetíveis a enxergar outras problemáticas e desafios. Agregamos experiências e conhecimentos, livramo-nos das premissas por compreender que ao desnudar-se das anteriores vestes não desperdiçamos o conhecimento, pois ele permanece pleno em nosso interior. O exterior mente, é cego. Ao desnudar-se abrimos a mente e o coração para compreensão do outro. Um exercício de alteridade. Desta forma o sujeito amplia sua cosmovisão ao ponto de perceber o labirinto por um todo, saber chegar ao mesmo lugar por diversos trilhares. Quebremos paradigmas, eis um belo objetivo!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Da convicção

O ar empírico que circula a minha volta me faz cega às verdades que procuro desvendar, opacidade brutal que venda os olhos de todos a tudo aquilo que somente a leveza da alma é capaz de revelar. Essa necessidade de provas e fatos materiais me sufoca ao olhar do mundo que por vezes eu não pertença. Minhas provas vêm do íntimo, do âmago de meu ser, onde somente eu posso procurar e que por si só se fazem suficientes.

Só carrega o peso aquele que é capaz e só o carrega porque o sente necessário. De todas as pessoas que optam por se livrarem daquilo que lhes pesa, eu, convicta, guardo aquilo que me é grave. O peso de minha certeza liberta meu coração, o peso de minha certeza me oferece a leveza de quem sou. Posso assim seguir plena sabendo que carrego aquilo que me vale em vez de seguir pelo caminho da aparente leveza do esquecimento.


Notas do blogueiro:

Inicio o blog com um texto de uma amiga, pois neste dia 11 de agosto, abre-se nova era. É possível realizar algumas leituras do texto acima, ao examinar meu sentimento hoje, o enxerguei com novo olhar, muito feliz para os tempos vindouros. Nada melhor que iniciar convicto.
Agradeço a autora pela cessão de seu belo texto.
Sejam bem vindos